quinta-feira, 3 de abril de 2008

BIKE INDOOR

Bike radical dentro da academia Queimar 870 calorias não é o único atrativo do bike indoor. Descubra todos os benefícios desse esporte como ele pode ajudá-lo a pedalar melhor nas ruas



“Abro mão de qualquer programa para fazer spinning", confessa a bancária Juliana Neves, 25 anos, de Brasília (DF). “Virei fã do esporte já na primeira aula e hoje troco até o chopinho com os amigos pelo suadouro das pedaladas”, entrega o advogado Rodrigo Junqueira Xavier, 27 anos, de Belo Horizonte (MG). Exagerados? Que nada! Eles apenas engrossam a lista dos muitos que enfrentam filas de espera para conseguir uma bicicleta ergométrica. A modalidade foi criada no final da década de 80 pelo sul-africano Jonathan Goldberg, mais conhe-cido como Johnny G. A intenção era trazer o ciclismo praticado na rua e na montanha para o ambiente fechado da academia. A idéia deu tão certo que hoje calcula-se que o spinning (bike indoor) seja responsável por cerca de 25% da programação das academias. Um dos segredos está na superação dos próprios limites. Tanto é que em alguns momentos a musculatura beira a fadiga, tamanho é o esforço dispensado nas pedaladas em velocidade máxima. E não são só as pernas ficam fortes, definidas, livres de gordura e celulite. O abdômen e o bumbum também se tonificam e entram no eixo para manter a postura alinhada e sustentar o peso do corpo. O esporte que virou fenômeno inspirou uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). Os pesquisadores chegaram à conclusão que a atividade é um exercício aeróbio intenso, com picos de atividade anaeróbia. Ou seja, na parte aeróbia você trabalha com 60% a 75% da sua freqüência cardíaca máxima, já na anaeróbia é possível chegar até 92%. “O treino intervalado melhora o condicionamento físico, a velocidade e o ritmo”, enfatiza Guilherme Sokolowski, professor de aerobike. A aula dura 50 – exaustivos – minutos, porém, valiosíssimos principalmente do ponto de vista calórico: os homens detonam 870 e as mulheres, 570 – isso porque o metabolismo delas é mais lento. Assim, em cinco dias de treino, por exemplo, é possível perder entre meio e 1 kg! Além do físico, a mente também ganha. Por ser um exercício superintenso, estimula a produção de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e relaxamento. Com a redução da ansiedade e do estresse, o humor melhora, bem como a imunidade e a qualidade do sono. Como é a aulaÀ primeira vista, a sala cheia de bicicletas ergométricas está acima de qualquer suspeita. Mas basta a música começar a tocar para sentir que há algo de diferente. A aula inicia com o ajuste da altura do banco, do guidão e dos pedais (veja box). Já sentado na magrela, é colocada a carga leve para as pedaladas lentas, ao mesmo tempo em os braços são alongados. Ok, é preciso um pouco de coordenação motora, mas fique tranqüilo, porque ninguém corre o risco de perder o equilíbrio e cair, por conta dos acertos que foram feitos no equipamento. É o professor que conduz o ritmo do treino, elaborado de acordo com a freqüência cardíaca (FC) que ele pretende atingir. Geralmente são trabalhados três níveis de FC: 75%, valor estável utilizado pelos ciclistas de estrada; 85%, uma intensidade média ideal para queimar gordura; e 92%, uma alta intensidade para elevar ao máximo o número de batimentos cardíacos. Na verdade, você não precisa se preocupar muito com essas informações. O professor fica encarregado de controlar esses números todos. Durante a aula, ele avisa qual o percentual a que se deve chegar e, para isso, vai alternando o ritmo das músicas. Assim, o estresse é só dos músculos e não da cabeça. Atenção: o spinning é contra-indicado para quem tem problemas cardíacos e de coluna ou alguma lesão, principalmente nos joelhos. Nesses casos, é preciso consultar um médico antes. Ajuste na medida certa Até iniciantes podem fazer a sessão. Basta respeitar os próprios limites e não ficar preocupado apenas em acompanhar o ritmo do grupo. E uma dica importante para quem não tem tanta intimidade com a bicicleta: use, pelo menos no começo, uma bermuda acolchoada própria para fazer ciclismo, pois o banco pode causar desconforto. Fique atento, ainda, à postura. Os pés devem estar bem fixados, com o início do dedão sobre o eixo do pedal. É que pedalar com a ponta dos pés, por exemplo, sobrecarrega as panturrilhas. Pedale corretamente! Quanto à altura do assento (selim), o ideal é que permita uma flexão de joelhos entre 25º e 30º quando o pedal estiver no nível mais baixo. Se achar complicado, basta ficar em pé ao lado da bicicleta e checar se a cabeça do fêmur (osso da coxa) está na mesma linha do selim. Sobre a carga da bike há um dispositivo em formato de roda, que fica abaixo do guidão, para você regular manualmente o peso das rodas. Ou seja, exige que você aumente ou diminua a força para girar os pedais. Para o acerto horizontal, meça um antebraço do selim ao guidão. Se o banco estiver muito alto, com certeza a coluna será sacrificada. Por outro lado, se a posição ficar muito baixo são os joelhos que vão sofrer mais. Agora, fala sério: não deu vontade de correr para a academia? Por Emilene Pardo

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